Foto1 nova @pelosolhosdesabrina
Fachada da loja faz um convite para entrar e conhecer o conceito (nova @pelosolhosdesabrina)

Um endereço central, a celebração de uma marca que mistura tradição, modernidade e cidade. Tudo junto e misturado à ideia de propor um jeito criativo e plural de ocupar a cidade. O pessoal da NovoLouvre não só reabriu a loja no número 36 da Trajano Reis, no Largo da Ordem, como convidou todo mundo a percorrer a calçada até o número 50 para conhecer a agência O Novo, uma colab criativa que reúne design, direção de criação, fotografia, comunicação, styling e produção audiovisual.

Eu fui até lá no domingo para entender melhor a proposta que recorre a um conceito, cunhado pelo arquiteto Jaime Lerner, de acupuntura urbana, ou seja, requalificar espaços públicos por meio de intervenções locais. E o que isso tem a ver com moda? Tudo. Porque a gente consome o que vê, fala sobre o que ouve, guarda referências para usar na vida. E, de quebra, vai conhecendo talentos novos, vai vendo gente legal, melhora a qualidade de vida urbana, promove a saúde pública, fortalece a economia local, se torna parte da cultura do espaço. Quem diz isso nem sou eu, mas o designer e planejador urbano norte-americano Jeff Speck.

O legal é que esse conceito das “cidades caminháveis”, explorado no projeto pela arquiteta e urbanista Mariah Salomão, diretora criativa do NovoLouvre e gestora do edifício, reforça que a proposta é integrar o espaço à rua e à vida urbana. “A rua faz parte do projeto. Por isso decidimos não abrir o prédio internamente, mas sim criar essa circulação entre os dois espaços pela calçada. Queremos que as pessoas se encontrem, caminhem, troquem.”

E lá dentro dos espaços, a inspiração corre solta e os produtos e os serviços surgem como amigos íntimos dos moradores e visitantes de, no caso, Curitiba: sapatos lindos, quase rasteiros, protegem das surpresas nas nossas calçadas de petit pavê. E os trench coats pendurados, como que por acaso, avisam que o tempo aqui vira rápido. É melhor sempre ter uma capa e um guarda chuva na bolsa. Vai lá ver e já aproveita para andar pela cidade atrás de mais referências.