Moro previdência audiência
Senador Sergio Moro. Foto: Saulo Cruz/Agência Senado

Na avaliação do senador Sergio Moro (União Brasil), o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, não conseguiu explicar “a omissão do governo Lula em relação ao esquema de fraudes e desvios de aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)”. O ministro participou na manhã desta quinta-feira (15) de audiência na Comissão de Fiscalização e Controle do Senado, atendendo a convite do senador paranaense.

“O ministro deixou de explicar muita coisa. A principal é a omissão do governo Lula em relação a esse roubo dos aposentados e pensionistas. Houve uma escalada em 2023 e os descontos subiram para cerca de R$1,3 bilhão. Em 2024, chegou ao recorde de R$2,8 bilhões. E ele foi alertado expressamente dessas fraudes em junho de 2023, quando era secretário-executivo da pasta, e não fez nada”, disse Moro.

Moro confrontou o ministro dizendo que ele Queiroz estava presente na reunião do Conselho Nacional do INSS em 12 de junho de 2023, quando a conselheira Tonia Galleti alertou sobre os descontos de mensalidades dos aposentados.

“Somente agora, com a deflagração da operação da Polícia Federal (PF) e da Controladoria Geral da União (CGU) que suspenderam os descontos, quase dois anos depois. Não existia ministro da Previdência? Não existia secretário-executivo? Esse esquema criminoso ocorreu praticamente sem obstáculos, aliás, é durante esse governo que há indícios de pagamentos a altos funcionários do INSS”, disse Moro.

Segundo o senador, também faltou esclarecer sobre como esse dinheiro será devolvido aos aposentados. “No momento, o governo está transferindo o ônus de fazer o pedido de ressarcimento para os aposentados, quando deveria fazer isso com as associações”. Moro disse ainda se queixou da insinuação do ministro da Previdência de que ele – Moro – teria se omitido quando era ministro da Justiça e Segurança Pública, no governo Bolsonaro.

“Eu não estava mais no governo em setembro de 2020, portanto não posso aceitar a insinuação de omissão”, afirmou Moro que, durante a audiência. “Se eu tivesse recebido essa denúncia, como Vossa Excelência recebeu em 2023, eu teria tomado providências imediatas”.

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