O deputado federal Filipe Barros comentou no seu perfil na plataforma X o inquérito aberto a pedido da PGR (Procuradoria Geral da República) para apurar as atividades do ex-deputado Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, nos Estados Unidos. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, acatou o pedido do procurador Paulo Gonet e abriu o inquérito que visa apurar as ações do ex-deputado junto ao governo norte-americano buscando sanções contra autoridades brasileiras, entre elas o próprio ministro. Filipe Barros fala em tentativa de intimidação e de “normalizar o anormal”.
Na sua publicação no X sobre o inquérito contra Eduardo Bolsonaro, Filipe Barros escreve: “Mais um inquérito. Mais uma tentativa de normalizar o anormal. Desde 2019, o país assiste à corrosão silenciosa de suas garantias constitucionais — sempre em nome de uma suposta defesa da democracia que, paradoxalmente, atropela seus fundamentos.
Desta vez, o alvo é o Deputado @BolsonaroSP. Mas o objetivo é mais amplo: criar um precedente, empurrar os limites, testar até onde se pode ir sem reação. O recado é claro — se até quem recebeu 1,8 milhão de votos pode ser silenciado, qualquer voz pode ser enquadrada.
O que está em jogo não é a figura do Eduardo em si, mas o princípio da representação. Um parlamentar intimidado não representa menos — representa ninguém. E isso anula o voto, deslegitima o mandato e subverte a lógica do regime democrático.
É nesse ponto que o Parlamento precisa se levantar. Não por afinidade pessoal ou política, mas por instinto institucional. Porque se há um dever essencial do Legislativo, é o de garantir que seus membros possam exercer o mandato sem amarras impostas por outros Poderes.
Não se trata de imunidade absoluta. Trata-se de equilíbrio. E de impedir que se consolide uma jurisprudência baseada no medo.
Eduardo, você não está só. Porque essa luta não é apenas sua. É de todos que ainda acreditam que liberdade política não é concessão — é fundamento.”
Filipe Barros esteve com Eduardo Bolsonaro duas semanas atrás em Washington, e inclusive participou de encontros com autoridades dos Estados Unidos. Leia mais aqui. Os dois circularam pelo Congresso e se encontraram com parlamentares e representantes do governo Donald Trump. Na ocasião, após um encontro com o deputado Corey Mills, republicano, Filipe Barros disse: “Conversamos sobre o Brasil. Combinamos de criar um grupo de trabalho que trocará informações importantes sobre a democracia brasileira e possíveis interferências no nosso processo eleitoral. Cory Mills já sabia dos problemas que enfrentamos no Brasil. O mundo está abrindo os olhos.”
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