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Deputada Ana Júlia (PT). Foto: Divulgação

A deputada Ana Júlia (PT), que sofreu ataques verbais do colega deputado Ricardo Arruda (PL), na sessão de 12 de maio, recebeu uma manifestação de solidariedade de outras cinco deputadas, integrantes da Bancada Feminina da Assembleia Legislativa. am o requerimento as deputadas Cristina Silvestri (PP), Luciana Rafagnin (PT), Mabel Canto (PP), Marli Paulino (SD) e Márcia Huçulak (PSD). Elas encaminharam à Procuradoria da Mulher da casa um pedido de providências contra “reiteradas práticas de violência política de gênero”.

O requerimento, de autoria da deputada Luciana Rafagnin (PT), e assinado pelas demais deputadas e pela própria Ana Júlia Ribeiro, denuncia declarações ofensivas e misóginas feitas por Arruda na tribuna, que, segundo elas, são consideradas incompatíveis com o decoro parlamentar e com os princípios democráticos.

“Trata-se de manifestações marcadas por machismo, misoginia, violência de gênero, difamação e discriminação, entre outras formas de violência simbólica e verbal, tendo como alvos duas parlamentares do Paraná: a Deputada Estadual Ana Júlia Ribeiro e a Deputada Federal — atualmente Ministra da Secretaria de Relações Institucionais da Presidênciada República — Gleisi Hoffmann”, dizem as deputadas no requerimento.

Os ataques contra Ana Júlia aconteceram depois de ela cobrar assiduidade de Arruda na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), da qual é membro titular. O deputado havia faltado a três sessões consecutivas — o que, segundo o Regimento Interno da Casa, pode resultar em substituição. Ana Júlia também questionou a apresentação de atestados médicos coincidentes por parte do parlamentar. Em resposta, Ricardo Arruda fez ataques pessoais. Em discurso na tribuna, Ana Júlia afirmou: “Quem está sendo ofendida pessoalmente aqui sou eu — e isso só acontece pelas minhas características de gênero.”

A Bancada de Oposição também se pronunciou em solidariedade a Ana Júlia, cobrando providências da Mesa Diretora da ALEP quanto ao comportamento reincidente de Arruda em plenário, incluindo ofensas dirigidas anteriormente a outras deputadas e à ministra Gleisi Hoffmann (PT). Um requerimento foi protocolado para garantir transparência no trâmite da denúncia criminal contra o parlamentar e para que as informações sejam amplamente divulgadas no portal institucional da Casa.

As deputadas reafirmaram o compromisso com o combate à violência política de gênero, o decoro parlamentar e a preservação da democracia, defendendo que episódios como esse não podem ser naturalizados.

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