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O artista produziu 22 obras inéditas pra esta mostra. Foto: Rafael Dabul

Abertura da exposição é neste sábado, no MuMA

O artista Gustavo Magalhães abre neste sábado (15), às 16h, a exposição ‘A Pele da Pintura’, com curadoria de Fabrícia Jordão, na Sala Célia Lazarotto do Museu Municipal de Arte (MuMA). Com 22 obras inéditas, a mostra aprofunda o trabalho sobre pintura e racialidade que o artista vem desenvolvendo desde 2019 e que também faz parte de suas pesquisas de mestrado no Programa de Pós-graduação em Artes Visuais (PPGAV) da Universidade Estadual do Paraná (Unespar).

A exposição propõe aproximações entre a pintura e o corpo para além da imagem vista na superfície da tela ou demais es. O artista observa que, durante a secagem, a parte externa da tinta acaba oxidando primeiro, dividindo a pintura entre uma camada externa enrijecida e uma camada interna fresca e maleável. “Foi a partir dessa percepção processual, envolvendo a natureza material, física e química da pintura que elaborei a estrutura que fundamenta esta nova série. A concepção de uma pintura que pode ser ferida ou desvelada […] se opondo a uma pintura que tem como objetivo a simples representação, que, por consequência, torna-se um totem ideológico que simboliza um grupo ou ideia”.

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A mostra aprofunda o trabalho sobre pintura e racialidade que o artista vem desenvolvendo desde 2019. Foto Rafael Dabul

De acordo com o artista, “nesse contexto, a camada superficial da pintura pode ser entendida como uma ‘pele’, a superfície que recobre esse corpo, e que, por sua própria natureza, implica a existência de camadas subjacentes, uma espécie de ‘carne’”. No entanto, não se trata de uma transposição direta das formas de organização do corpo humano para a pintura. A ideia, aqui, é desenvolver uma espécie de fisiologia própria relacionada à materialidade do processo da pintura.

Para Fabrícia Jordão, curadora, ‘A Pele da Pintura’ “coloca em circulação pinturas, que se pensam como pintura e que, desde essa autoconsciência, se recusam a reforçar noções de raça ao mesmo tempo que não abrem mão da consciência da determinação histórica e das implicações desse conceito como dispositivo de subjetivação, dessubjetivação e de sustentação do sistema-mundo capitalista como nas noções acerca do que é, do que pode ser ou do que não pode ser a arte”.

A mostra segue em cartaz até o dia 21 de maio.

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O artista investiga a materialidade da pintura e a ressignificação de imagens, estabelecendo diálogos com a historiografia da arte, seus cânones, discussões e signos. Foto Rafael Dabul

Sobre o artista

Artista visual natural de Goioerê (PR). É Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais (PPGAV) e graduado em Licenciatura em Artes Visuais, ambos pela Universidade Estadual do Paraná. Sua prática artística investiga a materialidade da pintura e a ressignificação de imagens, estabelecendo diálogos com a historiografia da arte, seus cânones, discussões e signos.

Em 2023, realizou sua primeira exposição individual, ‘ATELIÊ ABERTO’, transformando seu apartamento em um espaço expositivo efêmero. Ainda neste ano, sua segunda exposição solo, ‘O irretratável’, com curadoria de Rafael Rodrigues, foi apresentada na Soma Galeria. Em 2024, sua terceira exposição individual, ‘FUSÃO’, com curadoria de Ayala Prazeres, foi selecionada para o no Programa de Ocupação dos Espaços da CAIXA Cultural, circulando por Rio de Janeiro, Recife, São Paulo e Curitiba. Seus trabalhos integram acervos de museus públicos, como o Museu de Arte do Rio e o Museu Paranaense.

Sobre a Curadora

Fabrícia Jordão é Doutora e Mestre em Artes pela ECA/USP. Em 2019 recebeu o prêmio de melhor tese da CAPES (Artes). Professora nos cursos de Licenciatura e Bacharelado em Artes Visuais da UFPR e no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da EMBAP-UNESPAR. Suas pesquisas e reflexões enfocam a relação entre arte e capitalismo na arte contemporânea. Desde 2020 coordena o Laboratório de Imaginário Radical (projeto de extensão vinculado ao DeArtes/UFPR) e desde 2023 oferece cursos que articulam escrita de artista, arte contemporânea e poesia.

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A exposição propõe aproximações entre a pintura e o corpo para além da imagem vista na superfície da tela ou demais es. Foto Rafael Dabul

Serviço

Exposição ‘A Pele da Pintura’, no Museu Municipal de Arte (MuMA), sala Sala Célia Neves Lazzarotto

Avenida República Argentina, 3430

Abertura em 15 de março, às 16h

Em cartaz até 18 de maio

Funcionamento: De terça a domingo, das 10h às 19h

Telefone: (41) 3221-2535