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Até chegar ao sistema BRT e à frota de 1,1 milhão de carros, transporte de Curitiba já teve carroças e bondes. (Arte: Diogo Fukushima/CMC – Fotos: Acervo da Casa da Memória/FCC – Reprodução de jornais antigos: Hemeroteca Digital Brasileira)

Hoje uma cidade com mais de 1,8 milhão de veículos, sendo 1,1 milhão de carros, Curitiba vive com uma rotina de acidentes no trânsito. Segundo levantamento do Bem Paraná com base em dados oficiais, uma ocorrência é registrada na cidade a cada 20 minutos, em média. Mas muito antes dos carros se tornarem algo comum, qual teria sido o primeiro acidente com um desses automóveis nas ruas curitibanas? 1ghc

A Câmara Municipal de Curitiba (CMC), em celebração ao Maio Amarelo, preparou uma reportagem que responde a esse questionamento, trazendo ainda outros quatro fatos históricos do transporte curitibano que ajudam a entender a evolução do modal e a refletir sobre o trânsito de ontem e os desafios de hoje, em busca de um trânsito mais seguro.

O primeiro acidente de carro da história curitibana 593j50

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O primeiro carro da capital paranaense foi da fabricante sa Peugeot, importado de Paris por um jovem industrial ervateiro curitibano, Francisco Fido Fontana. O veículo chegou ao Porto de Paranaguá no dia 20 de março de 1903, sendo anunciado pelo jornal “Diário do Paraná” como “o primeiro importado para o nosso estado”.

Apenas dois meses depois, o jornal “A República” noticiou que o carro que pertencia a Fido circulava “a toda velocidade pela rua Campos Gerais” e que duas crianças, “filhas do sr. Braga, que brincavam na porta de sua residência”, quase foram atropeladas. “A custo escaparam, sendo, porém, morto um cachorrinho pertencente àquele senhor”, alertou a publicação.

Foi o primeiro acidente com um carro, embora sem feridos, já que o que houve foi um “quase atropelamento”. Mas três meses depois, uma “lamentável ocorrência num automóvel” acabaria entrando para a história, noticiava o “Diário da Tarde”.

O primeiro acidente de carro com pessoas feridas, na cidade de Curitiba, aconteceu num sábado à tarde, dia 15 de agosto de 1903, na região onde fica, hoje, o bairro de Santa Felicidade. “Em uma rampa bastante íngreme, demandando [dirigindo-se para] a chácara Schemelfeng, o break [freio] deixou de funcionar, não sendo possível sofrear [parar] o automóvel, que em carreira vertiginosa descia a ladeira”, citou o jornal.

A “rabeira” do século XIX 31f12

Em Curitiba, reconhecida por seu sistema inovador de transporte coletivo com canaletas exclusivas, um dos temas em destaque no Maio Amarelo deste ano é o combate à prática conhecida como “rabeira” – quando ciclistas se penduram na traseira de ônibus em movimento.

O que muita gente não sabe é que essa prática perigosa tem raízes históricas. Desde o fim do século 19, quando bondes puxados por mulas circulavam pela cidade, já se alertava sobre a imprudência dos chamados “pingentes” ou “pula-bondes” – ageiros que se arriscavam pendurados nos estribos ou para-choques traseiros dos veículos.

Você pode conferir essas e outras histórias na reportagem especial da CMC