Foi condenado a 48 anos e 9 meses de reclusão o homem apontado como mandante da execução de um casal de jovens de 21 e 24 anos na madrugada de 21 de abril de 2009. As mortes foram encomendadas por disputada do comando de um grupo com motivações neonazistas. O crime foi em Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba. O julgamento foi no Tribunal do Júri de Campina Grande do Sul.
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Os jurados reconheceram as duas qualificadoras da denúncia oferecida pelo Ministério Público do Paraná (motivo torpe e surpresa). Foi determinado o imediato cumprimento da pena, expedindo-se mandado de prisão que foi cumprido ao final do julgamento.
Áudio do promotor de Justiça Danillo Pinho Nogueira
Em março, outros dois envolvidos no crime também foram condenados, com penas fixadas em 35 anos, 2 meses e 15 dias e 32 anos, 3 meses e 15 dias.
Disputa por comando de grupo neonazista 196ua
Na madrugada de 21 de abril de 2009, a mando do réu condenado nesta quinta-feira, os outros envolvidos no crime teriam agido de forma conjunta e coordenada para viabilizar os crimes. Os acusados aproveitaram-se da presença das vítimas em uma festa realizada em uma chácara no município de Campina Grande do Sul, que teve como tema os 120 anos do nascimento de Adolf Hitler.
A partir de ação coordenada, eles teriam atuado para que as vítimas deixassem o local da festa. O casal saiu do local em um carro pela rodovia BR-116, no qual estava também um dos denunciados. Outro veículo, conduzido por um dos denunciados, obrigou o carro das vítimas a parar no acostamento na altura do quilômetro 6, sentido Curitiba – São Paulo, no município de Quatro Barras.
Conforme a denúncia, dois dos denunciados saíram encapuzados do segundo carro portando pistolas e dispararam contra o casal, que morreu no local.
A denúncia, oferecida pelo MPPR em maio de 2009, citava cinco executores e um mandante (dois foram condenados, dois absolvidos e o quinto morreu no curso do processo). Ao longo dos 16 anos de tramitação da ação penal, alguns dos investigados chegaram a ser presos e tiverem marcado o julgamento, mas houve sucessivos adiamentos.
O julgamento foi realizado com apoio do Grupo de Atuação Especial do Tribunal do Júri (Gajuri), criado em 2024 pelo MPPR para fortalecer e aprimorar a atuação do Ministério Público no Tribunal do Júri e na defesa dos direitos fundamentais dos cidadãos.