O Tribunal de Justiça do Estado do Paraná condenou Alcione Tessari, de 65 anos, por injúria racial contra o jornalista Franklin de Freitas, editor de fotografia do jornal Bem Paraná. O crime ocorreu em 28 de abril de 2024, no gramado do Couto Pereira, quando o réu proferiu o insulto “preto filho da puta” contra o editor de fotografia do Bem Paraná.
A sentença, assinada pelo juiz Fernando Bardelli, impôs a Alcione a pena de três anos e 28 dias de reclusão, cumprida em regime inicial semiaberto. O réu também foi condenado ao pagamento de 135 dias-multa, além das custas e demais despesas processuais. Como forma de reparação mínima pelos danos causados, a Justiça fixou o valor de R$ 2 mil a ser pago à vítima.
Apesar da condenação, Tessari poderá responder em liberdade, já que, segundo a sentença, não houve novos fundamentos para a decretação da prisão preventiva. De acordo com o juiz, o acusado respondeu ao processo em liberdade e não há requerimento que justifique medida mais severa.
A sentença ficou marcada como a primeira condenação do Brasil depois da sanção da Lei Vini Jr. A legislação, que entrou em vigor no Paraná em julho de 2024, exige a divulgação de alertas sobre injúria racial em eventos públicos com mais de 5.000 pessoas, abrangendo atividades esportivas, religiosas, artísticas e culturais.
Relembre o caso de racismo 6z1o2
Franklin, que trabalhava na cobertura do jogo entre o Coxa e o Brusque, pela Série B do Campeonato Brasileiro, foi chamado de “preto filho da puta” por um torcedor durante o intervalo da partida, enquanto atravessava o gramado do estádio. Depois da violência, o torcedor se evadiu do local rapidamente, enquanto o jornalista foi até a Delegacia Móvel de Atendimento a Futebol e Eventos (Demafe) para registrar um boletim de ocorrência.