Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

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Dados atualizados pela Comissão de Prevenção à Violência Contra Médicos do Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) mostram que o número de denúncias de agressões e assédios contra profissionais já é mais do que o dobro em relação ao ano ado. O número saltou de 27 denúncias registradas em todo o ano de 2024 para 55 nos primeiros cinco meses de 2025. Mulheres médicas são as maiores vítimas, o assédio moral é a modalidade de violência mais frequente e o setor público é o palco da maioria das violências.

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Assédio Moral é a modalidade de violência mais frequente, com 40 denúncias, seguido de Agressão verbal, 26 casos; Agressão Física, quatro casos; Assédio Financeiro, três denúncias; Perseguição ou Stalking, três ocorrências. De acordo com o CRM-PR, foram ainda dois casos de Discriminação ou Preconceito reportados. Assédio Sexual foi motivo de duas denúncias. Foram ainda duas denúncias de Danos Materiais ao Ambiente de Trabalho e uma denúncia de Agressão Psicológica.

Mulheres são principais vitimas de violência contra médicos l22v

As mulheres médicas são as principais vítimas, respondendo por 46% das denúncias, enquanto 37% foram feitas por homens. Com relação à experiência profissional, grande parte dos médicos denunciantes possui mais de 11 anos de atuação na Medicina, indicando que a violência não se restringe a profissionais recém-formados.

Setor público é palco das maioria dos casos de violência contra médicos 3o64v

Segundo o Conselho Regional de Medicina do Paraná, o setor público é o palco da maioria dos casos de violência contra os médicos paranaenses, concentrando 87% das denúncias, contra 13% em instituições privadas. O principal agressor identificado em 40 dos casos foi o paciente. Outros agressores incluem: chefia do profissional (18 denúncias), colegas de trabalho (8 denúncias), jornalista (1 denúncia) autoridades políticas (17 denúncias), sendo oito vereadores, oito secretários de saúde, um prefeito.

Dos 55 casos registrados este ano, 44 deles viraram Boletim de Ocorrência (BO), demonstrando a busca por medidas legais.
 
O estudo mostra ainda que Curitiba é a cidade paranaense que concentra o maior número de denúncias, com 20 registros até o momento.

Desde a sua implantação, em agosto de 2024, a Comissão recebeu 83 denúncias, das quais 44 ainda estão em aberto, enquanto 39 foram encerradas. A maioria dos profissionais que formalizou as denúncias (69) obteve sua formação profissional no Brasil, enquanto seis se formaram na Bolívia, quatro no Paraguai, três na Argentina e um em Cuba.

Como os médicos devem proceder em caso de violência 5fy2d


A orientação do Conselho Regional de Medicina do Paraná sobre como agir diante de situações de violência é a seguinte:

Em caso de ameaças, a indicação é que o profissional registre ocorrência na delegacia e informe por escrito às diretorias clínica e técnica da unidade hospitalar sobre o ocorrido, apresentando dados dos envolvidos e testemunhas. Se não for caso de urgência e emergência, o paciente deve ser encaminhado a outro colega.

Se for agressão física, o médico deve comparecer à delegacia e registrar o Boletim de Ocorrência (BO), sendo necessário exame de corpo de delito. O fato deve ser comunicado imediatamente às diretorias clínica e técnica da unidade hospitalar para que seja providenciado outro médico para assumir suas atividades.

Denúncias no Paraná 695l72

Desde agosto de 2024, a Comissão de Prevenção à Violência contra Médicos do CRM-PR, criada exclusivamente para tratar do assunto, tem recebido denúncias de médicos de todo o Estado.

As denúncias podem ser feitas tanto por e-mail quanto por telefone, respeitando o sigilo dos denunciantes que assim o desejarem (41 3240 7800).

“O CRM-PR reitera seu compromisso com a defesa da classe médica e a promoção de um ambiente de trabalho seguro. A Comissão de Prevenção à Violência Contra Médicos segue monitorando os dados e atuando para combater essa realidade alarmante, buscando parcerias e soluções que garantam a integridade dos profissionais que dedicam suas vidas à saúde da população”, declara o 1º secretário do CRM-PR, Fernando Fabiano Castellano Junior.

Integrantes da Comissão
 
Fazem parte da Comissão de Prevenção à Violência contra Médicos os conselheiros Carlos Alexandre Martins Zicarelli (coordenador), Edeli dos Santos Pepe, Fabricio Kovalechen, Kleber Ribeiro Melo e Sergio Medeiros Alves.