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(Foto: Reprodução/YouTube)

Nesta semana, a mãe de uma aluna da rede municipal de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, repercutiu nas redes sociais relatando as dificuldades que têm enfrentado para que a sua filha possa se alimentar na escola. A jovem tem nove anos e há menos de um ano foi diagnosticada com a doença celíaca que, de acordo com o Ministério da Saúde, é “causada pela intolerância permanente ao glúten, principal fração protéica presente no trigo, no centeio, na cevada e na aveia”. 6m3l2e

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Neste episódio do Bem na Pauta, Tayrine Novak, mãe da aluna celíaca, compartilha a jornada até o diagnóstico, como a doença impacta no dia a dia da família, além das adaptações que precisou fazer em casa e no convívio social da filha. A conversa ainda foi acompanhada pela defesa de Tayrine, os advogados Daniel J. Kaefer e Eduárdo Càrdoso Kivel, que ressaltaram a importância da aplicação correta da lei e as medidas legais que estão sendo tomadas.

Na entrevista, Tayrine também comentou sobre a recente repercussão de uma série de vídeos publicados nas redes sociais que mostram trechos de uma reunião realizada na escola da filha, após outra mãe registrar uma queixa na ouvidoria. Segundo a reclamação, a filha de Tayrine teria levado um bolo de cenoura com cobertura de chocolate ao invés da canjica prevista no cardápio escolar. Confira a entrevista completa nos links abaixo.

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Nota de esclarecimento divulgada pela Prefeitura de Araucária e351t

A rede municipal de ensino de Araucária atende atualmente a mais de 18 mil estudantes, dos quais 14 são diagnosticados com doença celíaca. Para garantir o direito à alimentação segura, digna e inclusiva para todas as crianças, a Prefeitura de Araucária, por meio da Secretaria Municipal de Educação (SMED) e do Departamento de Alimentação Escolar, desenvolve um trabalho contínuo e altamente especializado, com a oferta de 46 cardápios diferentes, elaborados por nutricionistas e adaptados às mais variadas restrições alimentares — como doença celíaca, intolerância à lactose, diabetes, vegetarianismo, veganismo e obesidade, entre outras.

Essas ações refletem o compromisso da gestão com a inclusão e com a saúde alimentar dos estudantes. Mesmo diante de realidades complexas, especialmente em regiões mais vulneráveis, em que muitas famílias enfrentam dificuldades para oferecer alimentação adequada em casa, buscamos garantir que nenhuma criança seja excluída ou sofra discriminação.

Nos últimos dias, trechos editados de uma reunião ocorrida em 07 de abril circularam nas redes sociais, alcançando milhões de visualizações em todo o país. O conteúdo foi divulgado por uma mãe de aluna celíaca, após uma reunião realizada para tratar de uma queixa registrada na Ouvidoria. 

A reclamação partiu da mãe de outro aluno, que relatou que seu filho ficou com vontade de comer o bolo de cenoura com cobertura de chocolate levado pela aluna celíaca no dia em que a escola serviu canjica como sobremesa.

Durante a reunião – que contou com representantes da escola, da SMED e do Departamento de Alimentação Escolar – foram oferecidas, de forma respeitosa, diversas alternativas à mãe da estudante celíaca:

1) Consumir os alimentos já disponibilizados pela escola no cardápio especial para celíacos;

2) A unidade escolar fornecer os ingredientes para o preparo doméstico;

3) A permissão para levar alimentos de casa, de preferência semelhantes aos servidos na escola, conforme prevê a Lei Municipal nº 4.513/2024;

4) Caso não fosse possível, a criança fazer as refeições em um espaço separado, considerando o contexto social – já que parte dos alunos não têm condições de levar refeições diferenciadas.

Infelizmente, a mãe da criança celíaca não concordou com nenhuma das opções sugeridas, e ao invés de procurar um entendimento que fosse razoável para todos, preferiu postar trechos da reunião nas redes sociais.

A Prefeitura de Araucária lamenta profundamente que conteúdos parciais e fora de contexto tenham sido utilizados para gerar interpretações equivocadas, desconsiderando o histórico de cuidado, as soluções oferecidas e os desafios reais enfrentados pelas escolas públicas.

Entendemos a angústia de famílias que lidam com restrições alimentares, mas reforçamos que a construção de uma rede de apoio exige diálogo e responsabilidade. A divulgação de conteúdos incompletos, sem compromisso com a realidade, fragiliza o acolhimento e a confiança em políticas públicas que atendem milhares de crianças todos os dias.

A Prefeitura de Araucária informa que será aberta uma sindicância para apurar, com total transparência, o relato de eventual contaminação cruzada – mesmo sem qualquer registro anterior desse tipo de ocorrência em nossa rede. E reafirma seu compromisso com a inclusão: todas as escolas com estudantes com restrições alimentares recebem acompanhamento especializado da SMED, com cardápios específicos e orientação técnica constante.

Também estão sendo planejadas ações de conscientização para pais, professores, servidores e alunos, com foco em educação alimentar, acolhimento e respeito às condições individuais.

Seguimos trabalhando para que a escola pública de Araucária seja cada vez mais um espaço de cuidado, inclusão e empatia.

A nota de esclarecimento também foi divulgada na noite desta quarta-feira, 23 de abril, nas redes sociais da Secretaria de Educação de Araucária e pode ser ada aqui

Ficha técnica

Coordenação e produção: Josianne Ritz

Apresentação e produção: Luísa Mainardes

Operação e edição: Evandro Soares