O segundo filme do diretor Daniel Nolasco estreia nacionalmente na 14ª edição do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba. O longa-metragem “Apenas Coisas Boas” é considerado um dos nomes mais relevantes do cinema queer brasileiro, e traz um drama com romance que parte do encontro entre dois homens no interior do Goiás, em 1984.
Premiado no Frameline Completion Fund, fundo norte-americano destinado a filmes com temáticas LGBTQ+, a produção apresenta uma narrativa marcada pela solidão e a tensão entre o desejo e a repressão.
No município de Catalão, em uma paisagem rural, Antonio, interpretado por Lucas Drummond, é um fazendeiro que vive sozinho e isolado, cuidando dos afazeres de sua pequena fazenda. Seu destino cruza com o de Marcelo, vivido por Liev Carlos, um motociclista solitário que sofre um acidente ao ar pela região. Desacordado, ele é resgatado por Antonio, que cuida de seus ferimentos e o abriga durante sua recuperação, dando início a uma história intensa que transforma, desestabiliza e provoca rupturas em cada um deles.
Oferecendo um olhar íntimo sobre vivências marginalizadas, “Apenas Coisas Boas” explora a vulnerabilidade, a fantasia, o erotismo e a intensidade em personagens que escapam dos estereótipos, como o homem rural.
Mesmo em um cenário distante das grandes metrópoles, a repressão é um sentimento presente. O pai de Antonio rejeita o filho devido à sua sexualidade, quase como uma tentativa de sufocamento e silenciamento sobre o seu verdadeiro ser.
“É muito importante ter a estreia desse longa durante o Mês do Orgulho, um momento em que devemos dialogar com pessoas dentro e fora do meio LGBTQ. ‘Apenas Coisas Boas’ é um romance rural LGBTQ+ com uma narrativa que se desdobra por tempos e dimensões múltiplas, a partir da força pulsante do desejo e do amor, assim como seu silenciamento”, comenta o cineasta Daniel Nolasco, que segue em mais um longa com sua trajetória inclassificável por um cinema radicalmente queer e que se recusa a deixar de lado as expressões físicas, muitas vezes paradoxais, do desejo e da violência.
No 14º Olhar de Cinema, que ocorre de 11 a 19 de junho, “Apenas Coisas Boas”integra a Mostra Competitiva Brasileira, concorrendo aos prêmios de Melhor Direção, Melhor Roteiro, Melhor Atuação, Melhor Direção de Arte, Melhor Fotografia, Melhor Som, Melhor Montagem e ao Prêmio Olhar de Melhor Filme.
A estreia nacional do filme ocorre no dia 17 de junho, às 20h45, no Museu Oscar Niemeyer (Sala Claro – MON), em uma sessão seguida por bate-papo com a equipe da produção. No dia 18 de junho, a exibição ocorre no Cine eio (Cine eio Luz), às 13h30. Os ingressos podem ser adquiridos pelo site oficial do Olhar de Cinema: www.olhardecinema.com.br .
Antes de ar por Curitiba, “Apenas Coisas Boas” tem o lançamento mundial no dia 11 de junho, no Festival de Guadalajara, no México, um dos maiores festivais de cinema da América Latina.
Ficha Técnica:
“Apenas Coisas Boas” (Brasil | 2025 | 104’)
Produtora: Rensga Filmes
Direção e Roteiro: Daniel Nolasco
Elenco: Lucas Drummond, Fernando Libonati, Liev Carlos, Renata Carvalho, Igor Leoni, Guilherme Théo, Norval Berbari, Lizz Miranda, Brenda Oliveira.
Produção executiva: Cecília Brito
Produção: Cecília Brito, Daniel Nolasco, Hans Spelzon
Fotografia: Larry Machado
Edição: Will Domingos, Edt.
Direção de arte: Marcus Takatsuka
Figurino: Rafaelly Godoy
Desenho de som: Guile Martins
Mixagem: Jesse Marmo
Som direto: Naja Sodré, Daniel Nolasco
Distribuição: Olhar Filmes
Classificação: 18 anos
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=H3k4MDITYcA
Sobre Daniel Nolasco: Bacharel em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal Fluminense e em História pela Universidade Federal de Goiás, Daniel Nolasco escreveu e dirigiu mais de 10 curtas-metragens, exibidos e premiados em vários festivais nacionais e internacionais. Seu primeiro longa-metragem de ficção, “Vento Seco” (2020), fez sua estreia na Mostra Panorama do 70º Festival Internacional de Cinema de Berlim.
Rensga Filmes: É uma produtora cultural de Goiânia que tem como sócios Cecília Brito e Daniel Nolasco. Especializada em produções independentes que buscam sempre a diversidade como pilar de suas obras. Entre os trabalhos mais representativos da produtora estão os curtas-metragens “Sr. Raposo” e “O Cavalo de Pedro”, e o longa-metragem documentário “Mr. Leather”, ambos do diretor Daniel Nolasco, que juntos foram exibidos em diversos festivais nacionais e internacionais. “Apenas Coisas Boas” é o primeiro filme de ficção da produtora.
Sobre a Olhar Filmes – Nascida do desejo de buscar a pluralidade de experiências, visões de mundo e diversidade, a Olhar Filmes busca transpor fronteiras que limitam a ficcionalidade e a realidade, levando as produções a outros olhares, com o objetivo de sensibilizar e provocar reflexão, promovendo filmes que dialogam com a contemporaneidade, a multiplicidade de realidades e narrativas. Os filmes distribuídos pela Olhar já marcaram presença em vários festivais nacionais e internacionais, ganhando prêmios em muitos deles, como Festival de Cannes, Sundance Film Festival, San Sebastian, Festival de Berlim, Festival de Rotterdam, BFI London, Dok Leipzig, Frameline, Indie Lisboa, Festival de Gramado, Mostra São Paulo, Festival do Rio, dentre outros, somando mais de 700 participações e 150 prêmios. Contribuindo para o crescimento do cinema brasileiro, a Olhar Filmes já distribuiu filmes no BRasil e outras partes do mundo, e, recentemente, lançou sua própria plataforma de exibição, a Olharplay, com catálogo vasto com muitos dos seus pais, além da disponibilidade nas plataformas populares de streaming, Globoplay, Telecine, Netflix, Mubi, Prime Video e Apple TV. Entre os títulos lançados pela Olhar, destacam-se os filmes “Meu Corpo é Político” de Alice Riff; “Nóis por Nóis”, de Aly Muritiba e Jandir Santin; “Os Primeiros Soldados” de Rodrigo de Oliveira; “Alice Júnior” de Gil Baroni;“Meu Nome é Daniel” e “Assexybilidade” de Daniel Gonçalves; “Vento Seco” de Daniel Nolasco; “A Mesma Parte de Um Homem” de Ana Johann; “UÝRA, A Retomada da Floresta” de Juliana Curi; “Rafiki” da diretora queniana Wanuri Kahiu; e “Praia Formosa” de Julia De Simone. Mais informações no site oficial: www.olharfilmes.com.br .