Para lidar com o próprio perfeccionismo e insegurança, o neurocientista e filósofo Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues, pós-PhD em Neurociências, adotou uma estratégia curiosa: lembrar-se da finitude da vida. A técnica, que pode soar como uma reflexão filosófica, na verdade é uma tática neurocognitiva baseada em fundamentos científicos.
Segundo ele, essas duas características, perfeccionismo e insegurança, formam um ciclo vicioso no cérebro, ativando áreas ligadas ao controle, à emoção e à expectativa, e gerando um estado constante de alerta e medo de errar.
Mas a superação, para o Dr. Fabiano de Abreu, ocorre quando se insere a consciência da finitude como fator de ruptura desse ciclo: “A vencemos quando trazemos à consciência que ao falhar, não morremos, apenas aprendemos.” Trata-se de um deslocamento funcional da resposta ao erro, da zona de ameaça à zona de aprendizado, conceito coerente com sua proposta DWRI (Development of Wide Regions of Intellectual Interference), onde o erro é metabolizado como dado funcional e não como falha identitária.
Superar o perfeccionismo 421cw
Para além da análise teórica, Dr. Fabiano adota uma técnica singular: “Eu utilizo o paradoxo da ‘excentricidade supera a imperfeição para a perfeição’.” A formulação filosófica encapsula uma estratégia de defesa que se articula entre autenticidade e liberdade expressiva, uma forma de blindagem contra o julgamento externo que, em muitos casos, é o combustível do perfeccionismo neurótico.
A excentricidade, nesse contexto, funciona como um vetor de autorregulação. Ao assumir posturas fora da norma, o autor demonstra que não depende da aprovação alheia para validar sua trajetória. “Se eu errar, uso ou a verdade para justificar e causar impacto, ou sou excêntrico em comprovar que não me importo, que posso estar por baixo, mas que isso não elimina o meu histórico genuíno.” Essa postura é uma intervenção prática sobre a autoestima, alicerçada no autoconhecimento biográfico e intelectual, em contraste com a construção social de perfeição.
Na prática clínica e científica, a postura do Dr. Fabiano representa uma alternativa concreta à hipertrofia do ego baseada na performance. Sua abordagem combina neurociência, filosofia e autorreflexão, um modelo híbrido de enfrentamento que não busca eliminar o perfeccionismo, mas convertê-lo em motor criativo, ressignificado pela consciência existencial e pela autenticidade expressiva.
Para aqueles que se reconhecem inseguros e perfeccionistas, a proposta é clara: aceitar o erro como etapa e a excentricidade como escudo. Não para negar os próprios padrões elevados, mas para impedir que eles paralisem a ação ou atrofiem a espontaneidade.